quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Verdade seja Dita

Quisera eu ter poderes em mãos para causar uma grande revolução. Mas sou unidade, infelizmente não me enxergariam. Eis aí minhas motivações: trabalhadores, sejam eles artesãos, donas de casa, operários de indústrias, secretários, vendedores, profissionais qualificados através de cursos ou não, costumam dividir-se em classes. Os mais "graduados", comumente, sentem-se em patamares elevados por conta de seus cursos entediantes e maçantes(na maioria das vezes), realizados com o intuito de chegar a exercer determinadas profissões, melhor remuneradas. Precisamos nos enxergar como um todo, simplesmente como a classe trabalhadora, que ainda não tem o reconhecimento devido, unir nossas forças em virtude de um só objetivo.

Queria eu, ter mãos dadas as minhas, tornando-me em um todo, para que nossas lamúrias diárias finalmente fossem notadas. Mãos dadas, cabeças pensantes e conscientes sobre a necessidade de irmos todos pras ruas em um mesmo dia, depois durante uma semana, posteriormente por todo um mês, e assim sucessivamente. Sem pensarmos nas punições, demissões e demais consequências as quais poderiam culminar essa nossa atitude, reivindicarmos o direito que temos de receber sobre tudo aquilo que produzimos, o direito de estudarmos aquilo que realmente gostamos, sem a preocupação de não conseguir ganhar a vida com tal escolha, em vês de estudarmos durante anos como robôs sobre aquilo que temos aptidão, aquilo que o capitalismo nos impõe, tão somente na tentativa de ter uma vida confortável no futuro. O que já foi descoberto em tempos remotos por outras pessoas, não nos fará inovar nada. Ficaremos parados no tempo rebobinando a velha fita por gerações e gerações.

Quem constrói o prédio, não tem condições de morar e usufruir do que construiu; quem constrói uma escola, só fica assistindo diariamente aos rostos estranhos que entram e saem dos portões que tanto suou pra fixar. Enquanto seus próprios filhos frequentaram escolas em situações precárias tanto estruturais como de ensino e ao tentarem ingressar na faculdade, este  mesmo trabalhador teve de organizar mil e um documentos, catando migalhas de moedas para conseguir talvez até imprimir-los, e assim mendigar o direito de seu filho a fazer uma prova de vestibular isento da taxa de inscrição. É isso aí, este mesmo estudante que frequentou a escola por toda sua vida, muitas vezes sentindo fome e privando-se de lanchar para economizar o dinheiro da passagem de volta pra casa, não tem sua vaga garantida em uma universidade pública, e sim disputa-a com um estudante que a vida toda chegou ao colégio com os melhores carros, as melhores roupas e uma quantia diária que pagaria o lanche do outro por pelo menos uma semana. Escondidos por trás das "cotas", "isenções" (e toda a burocracia para obter esses "benefícios", esmolas), eles pensam trazer conforto, pensam serem justos com essa população majoritária, oferendo 20 das 40 vagas (dados aleatórios), em uma universidade pública para alunos que nunca tiveram acesso a uma educação de qualidade.

ISSO  NÃO CONFORTA!

A hora extra, o dia de folga "remunerado", oferecidos pelas empresas, ou mesmo a merreca que se recebe  em forma de gratificação além do salário mínimo (palavra que o descreve muito bem), não passam de uma exploração. O chamado "banco de horas", a tal "gratificação" são só algumas formas de consolo, que não se faz mais do que obrigação ao pagá-los ao trabalhador, e que os detentores do capital inventaram para te fazer aceitar, com um sorriso no rosto, toda esta injustiça. Na verdade, todos estes que trabalham com esses salários mequetrefes fazem horas extras todos os dias, muito bem cumulativas para empresa e expressas no excedente de produtos que você fabrica cotidianamente com seu salário que compra apenas um deles, ou mesmo nenhum.

Quero conseguir que me deem as mãos até mesmo aquelas pessoas carrascas, que engessaram suas mentes naquilo que nos dita o tempo todo a mídia. Sobre padrões de beleza a se enquadrar, produtos eletrônicos que atualizam a curto prazo, fazendo com que o que se possui a tão pouco tempo, já se torne ultrapassado. Aqueles que se engessaram no sentido de respeitar princípios como ter responsabilidade, comprometimento e  ser assíduo para com sua empresa e seu contratante, mas não enxerga que não há reciprocidade em nenhum dos quesitos citados. Contudo, os mesmos que ditam tudo isso, não têm a preocupação de fabricar produtos duradouros, só reduzem cada vez mais a vida útil desses aparelhos sustentando a obsolescência programada. Não ligam pro preço que se paga por viver dentro destes padrões de beleza impregnados, que já encerraram tantas histórias por aí, dentre muitas que estavam apenas começando.

Iremos parar todo o comércio primeiramente por um dia inteiro, causaremos um caos na cidade, depois conseguiremos comover até mesmo aqueles que estiverem sentados em seus sofás, enquanto o tempo não para, assistindo novelas que não acrescentam em  absolutamente nada, e ao contrário estão disponíveis em horário livre pregando valores totalmente absurdos (traições, mentiras, violência, irreverência de filhos para com seus pais e vice-versa, etc). E aí sim então, veríamos quem tem mais poder: se é a sociedade toda unida e paralisada, ou um sistema hipócrita que recebe 20 vezes o salário do trabalhador brasileiro, pra ficarem com as bundas coladas na cadeira vendo tanta desnutrição, fome, violência, falta de assistência médica,e tantos outros problemas da nossa sociedade, um salário que além de tudo aumenta inexplicavelmente, enquanto o dos trabalhadores aumenta em dois reais e olha lá, para trabalharem de sol a sol sem lazer algum, e que se, por ventura, aumenta, crescem também os preços de todos os bens de consumo simultaneamente.

 " Na tarde desta quarta-feira, o salário dos senadores e deputados federais subiu de 16.512,09 reais para 26.723,13 reais[...] Além do registrado na folha de pagamento, os 81 senadores, por exemplo, têm direito à verba indenizatória de 15 mil reais, verba para transporte aéreo de até 27 mil reais, cota de telefone fixo (1.000 reais), celular (ilimitado), auxílio-moradia (3.800 reais), combustível (520 reais), entre outros benefícios. Os números foram extraídos de um levantamento do site Congresso em Foco divulgado em julho deste ano, com base em informações da Câmara, do Senado e da Ong Transparência Brasil."

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

À Nosso Serviço

cA mente é serpente
Traiçoeira e contundente
Não se vê fisicamente
Mas atua constantemente.

Circunstâncias ou ambiente?
O que molda a nossa gente?
Respondo imediatamente:
Nada disto é coerente.

Lá se vai a vida, se alegre ou tristemente,
É controlada pela mente,
Escolham minha gente!
Oscilas seu humor diariamente?
Ou constróis de sorrisos seu presente?

Apenas Mais Uma Concepção de Liberdade

Wonderl4nd | via Facebook

A liberdade a qual me refiro não está sob o meu controle, tampouco ao meu alcance. Posso adquirir no decorrer de meus passos algum tipo de liberdade -a de expressão, de atitudes, de fazeres, pensares, escolhas diárias e suas devidas consequências a longo e a curto prazo.

Contudo, encarceramos o nosso mundo e, talvez também, a nós mesmos através de nossas próprias criações. O mundo que me contém não está em minhas mãos, suas partes estão divididas em monopólios esparramados por toda a parte. Não é possível desbravá-lo, conhecer todas as suas faces, por espontânea vontade.

Os pequenos e grandes monopolizantes exigem algo em troca para disponibilizar um objeto que o mundo ainda não tomou conhecimento. O mundo é mudo e meta-morfo involuntariamente. Nos fizemos líderes e escravos ao mesmo tempo de nós mesmos.

Se fosse possível chegar a qualquer lugar sem vigorar qualquer lei regional, não iriamos sem a posse de nossas tecnologias e meios rápidos de transporte. A época em que tudo era nada e não haviam ainda os monopólios, não havia também a nossa tecnologia, e então. como prisioneiros ficávamos estagnados, sem que se expandissem os horizontes. E se, por ventura, tentávamos expandí-los, esta era uma escolha que se encarregava do tempo de toda uma vida, para que se concretizasse por completo.

Hoje porém, dispomos de impressionantes tecnologias,mas parecemos não saber usufruir com justiça do que possuímos, a desigualdade social faz a escravidão de uns, e liberdade de outros.

Vivemos em função de um dia, chegar a plena liberdade, -que julgo ser principal pré-requisito para a felicidade-, e nessa busca infelizmente só atinge o objetivo-alvo aquele que se enquadra no escambo (troca) ao qual os detentores do poder submeteram o nosso mundo, e aquele que possuir o que os monopolizantes querem em troca de abrir seus portões , de vender o que satisfaz as vontades e salivares dos que compram, de venderem as entradas à paisagens naturais, cujas quais seu real proprietário, o mundo e sua natureza, não cobram para disponibilizar.

domingo, 18 de novembro de 2012

Samba na Corda Bamba.


Vivendo em meio aos extremos
todos nós nunca saberemos
se a corda bamba da vida
não estará ressequida, a ponto de se partir.

E então, tudo o que era razão,
se espatifaria ao chão.
Para onde nos restaria seguir?

Levando na bagagem aquela velha verdade,
incontestável, imutável.
Levando as conquistas, as intocáveis revistas
colecionadas, juntamente com coisas requintadas.

Com certeza não, não amorteceriam a queda ao chão.
Seria a alma, a quem nunca tentou dar a indispensável calma,
quem sentiria a dor, causada pelo incessante desamor. 

Ainda crianças, entramos na dança,
e, expressando constante inconstância
oscilamos corpos e mentes,
dançando com unhas e dentes ao som do bom e velho samba.

Mas, eis que partimos da infância, 
e agora sem tanta inoscência, não maculemos a consciência
com a tal questão, que não tem a própria aprovação
movidos apenas pela emoção, tão somente 
no intuito de equilibrar-se sobre a enigmática corda bamba.